A Fundação Eça de Queiroz, com sede em Baião, assinala hoje os 180 anos do nascimento do escritor de “A Cidade e as Serras”, que é detentora de um vasto espólio literário e da vida do autor.
José Maria Eça de Queiroz nasceu a 25 de novembro de 1845, na Póvoa de Varzim. Frequentou o Colégio da Lapa, no Porto, e ingressou na Universidade de Coimbra, onde conheceu figuras como Antero de Quental e Teófilo Braga. Em 1866, licenciou-se em Direito e iniciou uma breve carreira como advogado, mas foi no jornalismo e na literatura que encontrou a sua verdadeira vocação.
Em 1869, numa viagem ao Médio Oriente, inspirou-se para algumas das suas obras, e, ao regressar a Lisboa, foi nomeado Administrador do Concelho de Leiria. Juntamente com Ramalho Ortigão, colaborou em O Mistério da Estrada de Sintra e em As Farpas, criticando a sociedade da época com ironia e acutilância. No mesmo período, começou a sua carreira diplomática, sendo nomeado cônsul em Havana, Newcastle, Bristol e, finalmente, em Paris.
A sua produção literária incluiu obras fundamentais do Realismo português como O Crime do Padre Amaro (1875), O Primo Basílio (1878) e Os Maias (1888), onde expôs com crueza os vícios e hipocrisias da sociedade portuguesa. Outras obras importantes incluem A Relíquia (1887), A Ilustre Casa de Ramires e A Cidade e as Serras, publicadas postumamente.
Em 1886, casou com Emília de Castro, com quem teve quatro filhos. Viveu os últimos anos em Paris, onde, debilitado por problemas de saúde, faleceu a 16 de agosto de 1900. O corpo foi trasladado para Portugal, sendo sepultado inicialmente em Lisboa e, posteriormente, em Santa Cruz do Douro.
A sua obra, caracterizada pelo realismo, crítica social e inovação narrativa, continua a ser uma referência central na literatura portuguesa, marcando um período de grande transformação e modernidade nas letras nacionais.
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(Dados biográficos retirados de www.feq.pt)



