OPINIÃO: Mais do que o diagnóstico: Há cura com a empatia

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Outubro é, há já vários anos, o mês cor-de-rosa. Um mês em que se multiplicam campanhas e iniciativas de sensibilização para o diagnóstico precoce das doenças oncológicas, com especial destaque para o cancro da mama.

São ações meritórias, necessárias e que se devem continuar a repetir de forma ativa, porque salvar vidas começa, muitas vezes, por um simples exame atempado perante algo que se sente “não é normal”.

Ainda nesse sentido, e a propósito da enorme importância para a prevenção e do diagnóstico precoce, era-me partilhado numa conversa informal com membros do corpo clínico do IPO-Porto, a certeza que quanto mais bem preparados para o diagnóstico inicial estiverem os profissionais de saúde presentes nos centros de saúde e nos hospitais de região, melhor poderão trabalhar as instituições especializadas em doenças oncológicas.

Mas há outra dimensão do combate ao cancro que, por vezes, fica esquecida: a grandeza humana.
Porque, se é verdade que a medicina avança a passos largos e que o diagnóstico precoce é decisivo, também é verdade que a empatia, o respeito e o amor são tão (ou mais) essenciais como qualquer tramento.

Quem atravessa esta doença — e quem a vive de perto, no seio da família ou dos amigos — sabe bem o que a doença tem o poder de nos arrastar para o isolamento, de nos causar uma enorme desorientação e de criar um doloroso sentido de solidão. O cancro não é apenas uma luta do corpo, é uma batalha da alma.

E é precisamente nessa batalha silenciosa, que a presença, a palavra certa e o gesto de carinho fazem toda a diferença. Por muito insignificante que estes gestos possam parecer.

É para mim muito importante dizer, e repetir exaustivamente isto: ser diagnosticado com cancro não é uma sentença de morte.
A ciência evolui, os profissionais de saúde superam-se todos os dias, e as condições hospitalares são incomparavelmente melhores do que há algumas décadas. Mas nenhum avanço tecnológico, nenhuma inteligência artificial ou qualquer máquina, terá jamais o poder de substituir o poder transformador da empatia humana.

Escrevo este artigo de opinião, com conhecimento de causa.
Há exatamente três anos, vivia a minha própria guerra contra a doença. Senti (e ainda sinto a tempos), o medo, a solidão e a dúvida.

Mas foram os valores que trago diariamente comigo — o amor, o respeito e a empatia — que me salvaram, tanto quanto como qualquer um dos tratamentos a que fui sujeito. E é por isso que partilho, sem vergonha, todos os dias, que não há problema absolutamente nenhum em tratar bem o próximo, mesmo quando do outro lado existe desconfiança e ignorância perante essa terapêutica.

Acreditem em mim: sermos melhores uns para os outros salva vidas.
Talvez não as cure no sentido médico, mas cura algo tão ou mais importante — a esperança.

 

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