Incêndios causaram 90 mil euros de prejuízos a Manuel Capela que teme não conseguir reerguer a exploração em Santa Cruz do Douro

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Manuel Capela tem 34 anos, é um filho de Baião, natural e residente em Santa Cruz do Douro, e foi em Baião que quis investir, mas os incêndios de setembro deitaram por terra tudo o que tinha construído ao longo dos anos.

Foram três hectares de produção de morangos, mirtilos e limão que se foram com o fogo, que não poupou a exploração, num dia “em que nada fazia prever semelhante tragédia”, relatou Manuel ao nossoterritório.pt.

“Saí de casa às seis da manhã, estava muito vento, mas não havia indícios de incêndio e, às 09:30, uma vizinha ligou-me a dizer que tinham sido aconselhados a sair da povoação, porque estava tudo a arder. Demorei cerca de uma hora a chegar à minha propriedade e quando cheguei tinha ardido praticamente tudo. Salvei a casa das máquinas, o canil e a minha habitação”, contou o jovem.

A propriedade de Manuel Capela fica a cerca de um quilómetro do local onde se terá iniciado o incêndio e os terrenos, herança dos pais, foram dos primeiros a serem afetados pelas chamas.

Feitas as contas, o jovem aponta para um prejuízo de cerca de 90 mil euros, valores investidos na exploração e que ainda estão a ser pagos ao banco.

Manuel troca bem o dinheiro por quem ajude a reerguer as plantações, mas o desânimo é grande a esperança começa a desvanecer-se.

“O investimento foi realizado através de empréstimo bancário e de uma candidatura a programas de apoio a jovens agricultores, estava tudo a correr mais ou menos bem. Estava agora a tirar rentabilidade do investimento, tinha uma produção aproximada de 200 quilogramas de morangos por semana, os mirtilos e os limões também estavam a dar”, salientou o jovem, garantindo que “o empréstimo se mantém e o banco não quer saber se ardeu ou não”.

Manuel Capela tem conseguido manter a prestação através do trabalho que desencove noutra área, mas as informações avançadas em Conselho de Ministros deixam o jovem “sem meios para reerguer a exploração”.

“Soube através do Conselho de Ministros há três patamares de apoio, quem perdeu até 10 mil euros é tudo a fundo perdido, entre 10 e 50 mil euros será 85% a fundo perdido, quem perdeu mais de 50 mil euros será um apoio de 50% a fundo perdido, ou seja, no meu caso, que devo ainda 93 mil euros à banca, vou ter de suportar mais 43 mil euros dos prejuízos. Não tenho capacidade financeira para voltar a colocar tudo como estava”, vincou.

Hoje, Manuel Capela teve oportunidade de partilhar com o ministro da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, que esteve em Baião, juntamente com o Presidente da República, com o primeiro-ministro, com a ministra da Administração Interna e com o secretário de Estado da Proteção Civil, os danos causados na sua exploração.

“Fiquei com a garantia de que o presidente da Câmara Municipal de Baião será o elo de ligação, no meu caso, sabendo, de qualquer forma, que vai demorar três a quatro anos a exploração a ficar como estava e o investimento nas plantas, nos sistemas de rega e na tela é grande”.

Manuel Capela lamentou, ainda, “pelas várias pessoas que ajudavam na exploração e que agora ficam sem rendimento, frisando que já tinha mercado, com o produto a ser escoado para o Porto e para mercearias locais”.

“Sempre quis apostar na minha terra, investi o que tinha e o que não tinha para ficar na minha terra e agora vejo que tudo ardeu e, possivelmente, não vou ter hipótese de ter tudo como estava, porque não tenho como realizar mais investimento, investi tudo o que tinha”, desabafou o jovem.

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