Ana Raquel Azevedo defendeu, na tomada de posse como presidente da Câmara Municipal de Baião, cerimónia que decorreu no domingo, dia 02 de novembro, que “o futuro de Baião não se fará com muros, mas com pontes”.
“O povo de Baião falou e falou com clareza: quer mudança, quer trabalho, quer ambição e arrojo, mas também quer entendimento. Da nossa parte, encontrarão sempre abertura, transparência e vontade de construir, porque o futuro de Baião não se fará em confronto, mas em colaboração. Não se fará com muros, mas com pontes”, disse.
A presidente da autarquia não escondeu a emoção da tomada de posse no concelho que a viu nascer e crescer. Perante uma vasta plateia, Ana Raquel Azevedo afirmou ser com “profunda gratidão e emoção que agradece a presença de todos neste dia que ficará eternizado na sua memória como o momento maior da sua participação cívica e política”.
“Hoje, vejo nesta plateia muitos homens e mulheres que, quando tudo parecia impossível e inalcançável, foram o suporte, a força anímica e o incentivo desinteressado desta caminhada, que culminou com uma vitória histórica – a maior das duas últimas décadas – da coligação PSD/CDS”, frisou, deixando um “cumprimento muito especial à família, aos pais, ao marido, à filha e a todos os que com ela iniciaram esta jornada”.
Ana Raquel, que concorreu pela primeira vez a umas eleições autárquicas como cabeça de lista à Câmara Municipal de Baião, falou nos “valores fundadores da democracia, da força do voto popular e da vitalidade do poder local”, sublinhando “a celebração de cada voto, cada esperança, cada sonho daqueles que nasceram ou escolheram Baião como a terra do seu no coração”.
A atual presidente da Câmara Municipal de Baião é a primeira presidente de câmara do concelho nascida em democracia e, por isso, “assumiu perante o povo o compromisso de tudo fazer para preservar o valor maior da liberdade e exercer o mandato que lhe foi confiado com honestidade, transparência e espírito de missão ao serviço exclusivo dos baionenses”.
A autarca lembrou a campanha eleitoral, que considerou ter sido “pautada pelo respeito, lisura e probidade de todos os intervenientes, os baionenses expressaram nas urnas uma inequívoca vontade de mudança, reafirmando que, em democracia, não existem vitórias nem derrotas antecipadas”.
A coligação “Fazer Acontecer” PSD/CDS-PP venceu as eleições com maioria absoluta, tendo conquistado 6.056 votos, mais 1.290 votos que o Partido Socialista de Paulo Pereira, que liderou a autarquia durante 20 anos.
A coligação conquistou quatro das 14 juntas de freguesia do concelho, mas nas 10 em que o PS foi eleito para a freguesia, a coligação venceu em sete para a câmara municipal.
Ana Raquel Azevedo, no seu discurso de posse, anotou que “os baionenses demonstraram uma notável maturidade democrática: souberam distinguir claramente o projeto político que pretendiam para cada órgão e enviando uma mensagem clara: a pluralidade deve ser respeitada, cabendo aos eleitos o dever de criar pontes, respeitar os vencedores, honrar os vencidos e encontrar pontos de convergência”.
Ana Raquel Azevedo enaltece trabalho de Emília Silva na Câmara Municipal de Baião
Ana Raquel apresentou-se “como uma baionense comum a quem o povo confiou a responsabilidade para liderar um novo ciclo político em Baião, com uma equipa renovada, competente e, acima de tudo, determinada em transformar Baião num concelho mais próspero, coeso e desenvolvido”.
Recordando os autarcas que a antecederam, a nova presidente da Câmara Municipal de Baião saudou particularmente Emília Silva, a primeira mulher a presidir à Câmara Municipal de Baião, “e uma inspiração na sua juventude pela forma séria e abnegada que se dedicou à causa pública, cuja obra e visão marcaram profundamente o desenvolvimento do concelho, embora por vezes sem o devido reconhecimento nas últimas décadas”.
Ana Raquel Azevedo, que diz ter como “missão não rasgar o passado, mas sim escrever o futuro”, destacou que “Baião é um território de cultura, tradições e património milenar repleto de potencialidades”, por isso, continuou a edil baionense, “o projeto político que apresenta aos baionenses preconiza um modelo de desenvolvimento integrado, centrado em três eixos estruturantes: a economia e o emprego, a habitação e a coesão social e inter-geracional”.
“Na economia e no emprego, estamos determinados em agir de forma imediata e estruturada. Assim, e já a partir de amanhã (segunda-feira), encetaremos os trabalhos para a constituição da equipa “Baião Atrai”, um grupo multidisciplinar que terá como missão mapear exaustivamente todas as potencialidades, recursos e oportunidades existentes no nosso concelho. Este levantamento, por conseguinte, permitirá numa segunda fase delinear uma estratégia para, em consonância com as instituições de ensino, empresas e associações locais, criarmos condições sólidas e sustentáveis para atrair investimento e gerar riqueza não só por parte de novas empresas, mas também através dos empresários que à data de hoje já investem e criam postos de trabalho em Baião”, elencou, acrescentando que “a câmara estará, a partir de amanhã (segunda-feira), aberta e disponível para ouvir todos os empresários que pretendam investir, criar postos de trabalho e gerar riqueza em Baião”.
No que concerne à habitação, a autarca refere que “Baião está atualmente em emergência demográfica e não se pode dar ao luxo de perder mais um único habitante, porque um cidadão, investidor ou promotor imobiliário não encontrou na câmara municipal a resposta adequada e atempada às suas pretensões. O urbanismo e o investimento imobiliário são desafios que procurarão dar resposta com ambição e dentro da legislação em vigor”.
“Seremos proativos e não reativos. Vamos ao encontro de soluções e não ficar à espera de problemas. Queremos uma câmara municipal ao serviço das pessoas e dos cidadãos e não o seu contrário”, exaltou.
Quanto à coesão social e intergeracional, a equipa de Ana Raquel “não vai esquecer os mais velhos, porque a sua geração e todas as subsequentes, muito lhes deve”.
“Somos o legado que os nossos antepassados deixarão à comunidade. E queremos honrá-lo. E a melhor forma de o honrar é cuidar de quem cuidou de nós. E cuidar é zelar por melhores cuidados de saúde, é encontrar soluções para combater uma solidão crescente, é desenvolver programas ocupacionais e envolver os mais novos para que possam aprender com os mais experientes. E é fazê-lo durante todos os dias, em todo o território, durante todo o ano”, disse, reconhecendo que “os recursos são escassos face a todas as necessidades” e afirmando que “se tiver que abdicar de uma parte de recursos financeiros canalizados para atividades lúdicas e festivas em detrimento e da dignidade humana e de um envelhecimento mais ativo, o fará”.
A par dos três eixos estruturantes, o novo executivo está focado nas áreas da cultura, desporto, da proteção civil, associativismo e educação.
Dirigindo-se aos funcionários da autarquia, a presidente da Câmara Municipal de Baião disse “ser um presidente de todos, todos, todos e quer trabalhar com todos, todos, todos”.
“Não estarei preocupada com o partido que apoiaram, apoiam ou irão apoiar daqui a quatro anos. Não ficarei incomodada se não concordarem sempre comigo. Confiarei em todos e, todos aqueles que servirem os superiores interesses dos baionenses com lealdade e profissionalismo, terão em mim uma aliada constante. Se assim for – e enquanto assim for -, não tenho dúvida que celebraremos muitas vitórias juntos e construiremos um concelho mais desenvolvido, mais próspero e com mais qualidade de vida”, salientou, terminando:
“Ser presidente da Câmara Municipal de Baião será sempre a maior honra de toda a minha vida, mas continuarei a ser a Ana Raquel, a jovem humilde, resiliente e sonhadora. E quero sonhar convosco. Porque o sonho comanda a vida e a obra surge como expressão natural da vontade e da esperança”.
A cerimónia de instalação dos novos órgãos autárquicos de Baião para o mandato 2025-2029 foi abrilhantada pela voz de João Paulo Vaz e a percussão de Gonçalo Azevedo.
FOTO (destaque): Créditos Jornal A Verdade
