O VIVO – Gabinete de Apoio à Vítima do Município do Marco de Canaveses apoiou, desde 2021, 308 vítimas de violência, sendo que 80% das vítimas são mulheres e regista-se um crescimento no número de homens sinalizados como vítimas.
Os dados foram divulgados por Raquel Pereira, vereadora da Câmara Municipal do Marco de Canaveses, durante o V Seminário “UNIDAS – Entre Fronteiras e Silêncio: Violência Doméstica nos seus Públicos mais Vulneráveis”, organizado em parceria com a Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa (CIM do Tâmega e Sousa)
Raquel Pereira revelou, ainda, que o gabinete realizou 1.286 atendimentos presenciais e não presenciais.
“Os números são elevados, podendo transmitir-nos a perceção que o cenário do fenómeno da violência doméstica está a aumentar. Mas acreditamos que refletem sobretudo uma maior visibilidade proporcionada pelas estruturas de apoio e equipas especializadas que existem atualmente. Deixo uma palavra de reconhecimento pelo trabalho contínuo, corajoso e indispensável das equipas do Município, desejando que este encontro nos ajude a construir novas soluções e, acima de tudo, a reafirmar que no Marco de Canaveses ninguém está sozinho”, afirmou Raquel Pereira.
Dos 1.286 atendimentos, presenciais e não presenciais, a maior parte (73,4%) diz respeito a apoio social, 15,3% apoio psicológico e 11,3% apoio jurídico
O Seminário Unidas contou com a presença do primeiro-secretário da CIM do Tâmega e Sousa, Telmo Pinto, do vice-presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade, Manuel Albano, bem como de professores da Artâmega que dinamizaram os momentos culturais.
Integraram ainda o seminário os alunos da EPAMAC, responsáveis pela apresentação do projeto “Soltate!”, juntando-se a um público alargado de profissionais e parceiros envolvidos no trabalho em rede de prevenção e combate à violência doméstica.
Programa “Atitude+ | Mulheres Empoderadas”
Além do Seminário, a Câmara Municipal do Marco de Canaveses concluiu, ontem, o Programa “Atitude+ | Mulheres Empoderadas”, iniciado em abril de 2025.
Uma iniciativa que se centrou no empoderamento e capacitação de um grupo de nove mulheres vítimas de violência doméstica, acompanhadas pelo Gabinete VIVO.
Tratou-se de um programa psicoeducativo composto por oito sessões, dinamizadas mensalmente, que visaram não só reforçar as competências pessoais e sociais das participantes, mas também romper o isolamento em que frequentemente se encontram.
O programa promoveu ainda o acesso à informação, a partilha de experiências e o fortalecimento das relações de entreajuda.



