A Comissão Concelhia do PCP de Baião alertou para a existência de um tubo que “estará a verter água escura, barrenta e com mau odor para o rio Ovil”.
Segundo o PCP, “o tubo, instalado na zona junto à ponte de Várzea, no lugar de Várzea, situado na União de Freguesias Campelo e Ovil, supostamente será propriedade da ETAR, localizada a sensivelmente 100 metros do local”.
A comissão política indica que teve conhecimento do problema em setembro de 2024, tendo realizado várias diligências e constatado, no local, “que a situação, infelizmente, era verdadeira”.
“No dia 06 de setembro de 2024, enviamos um email à delegada de Saúde de Baião a relatar o facto e, juntamente, enviamos fotografias e vídeos do local como prova do que foi relatado”, explica o PCP, avançando que “a 20 de setembro de 2024 obtive uma resposta da delegada de saúde, que informou ter-se deslocado ao local e verificado que existia o referido tubo, mas que no momento não vertia para o rio água com cor ou com mau cheiro, tendo indicado, no entanto, que, sendo a ETAR muito próxima, podia presumir-se que o tubo a ela pertenceria”.
Imagem captada em setembro de 2024
Ainda de acordo com a o PCP, “a delegada de saúde informou a comissão política de que enviou para a Agência Portuguesa do Ambiente, tanto a reclamação, como o relatório da sua visita ao local”.
Sem resposta das entidades, nomeadamente da Agência Portuguesa do Ambiente, a Comissão Concelhia do PCP de Baião voltou ao local, tendo sido abordada por populares, “que informaram de que o tubo estava a drenar para o rio, com água barrenta, escura e com mau cheiro”.
“Mostraram-nos até fotos, que temos em nossa posse, de peixes mortos no local”, vinca o PCP, avançando que “perante a gravidade da situação, irá novamente denunciar este caso de poluição e de crime ambiental às entidades competentes e irá também, através do, Grupo Parlamentar na Assembleia da República, questionar o governo sobre o caso”.
SIMDOURO indica que “as análises realizadas à água residual tratada na ETAR de Campelo confirmam o integral cumprimento dos parâmetros legalmente exigidos”
O nossoterritório.pt contactou a SIMDOURO, empresa responsável pela gestão da ETAR de Campelo, a qual indicou que “as análises realizadas à água residual tratada na ETAR de Campelo, descarregada no rio Ovil, tanto em setembro de 2024 como em agosto de 2025, confirmam o integral cumprimento dos parâmetros legalmente exigidos, conforme definidos no Título Único Ambiental (TUA), que integra a licença de descarga emitida pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA)”.
A empresa acrescenta que “as análises são realizadas por laboratórios externos acreditados, sendo os resultados periodicamente comunicados à APA”.
A SIMDOURO salienta, ainda, que “não existem anomalias técnicas, não se tendo registado qualquer ocorrência ou avaria no subsistema de Campelo que pudesse comprometer o desempenho da ETAR ou originar situações de incumprimento ambiental”.
“Importa salientar que, a montante da ETAR, existem outros pontos de descarga – alheios à responsabilidade da SIMDOURO – designadamente de águas pluviais ou de outras origens, que podem influenciar pontualmente a cor, o odor ou o aspeto da água”, vinca a empresa, sublinhando a “importância da ETAR de Campelo na proteção ambiental”.
“A ETAR de Campelo é uma infraestrutura ambiental essencial, cuja missão é assegurar o devido tratamento das águas residuais, garantindo a sua devolução em condições seguras ao meio hídrico. O seu funcionamento contribui diretamente para a proteção dos ecossistemas aquáticos e a salvaguarda da saúde pública”.
A finalizar, a SIMDOURO “lamenta não ter sido previamente contactada pelos autores da referida nota, o que teria possibilitado um esclarecimento mais célere e fundamentado”.
O nossoterritório.pt contactou, também, a Câmara Municipal de Baião, que indicou “estar atenta a qualquer situação que coloque em causa a preservação ambiental”.



