O secretário de Estado das Florestas, Rui Ladeira, esteve hoje em Baião a verificar o impacto dos incêndios de 2024 e a inteirar-se de projetos de requalificação da floresta, como o que a autarquia baionense tem em curso na Serra da Aboboreira.
O governante iniciou a sua visita pelo território em Amarante, com passagem pela Serra do Marão, que também integra o concelho de Baião, mas foi na Serra da Aboboreira, acompanhado pelo presidente da câmara municipal, Paulo Pereira, e pela diretora regional do Norte do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, Sandra Sarmento, que contactou com uma plantação que a autarquia tem vindo a realizar.
Sob orientação de José Manuel Ribeiro, coordenador da Proteção Civil do concelho de Baião, a comitiva ficou a conhecer melhor o projeto, que tem vindo a contar com a colaboração do ICNF, sobretudo, na oferta de árvores para plantação.
São mais de 10 hectares que estão a ser reflorestados, mas a Câmara Municipal de Baião tem já adquiridos 18,69 hectares de floresta na Serra da Aboboreira para reflorestar, num investimento de 104 mil euros na aquisição de terrenos.
Aos jornalistas, o secretário de Estado das Florestas disse que “veio ao Norte ver o impacto dos incêndios últimos e verificar projetos que vão no alinhamento daquilo que é a estratégia de gestão do território, nomeadamente, na requalificação daquilo que ainda não ardeu para poder ser defendido”.
“Vir aqui a este espaço, que o município adquiriu e que está a requalificar, é em tudo relevante. Com os fogos consecutivos, que vão delapidando e destruindo o nosso património, se não houver esta determinação de plantar e fazer novas florestas, mais resilientes e mais adequadas ao solo, quando houver mais episódios, porque os fogos não vão acabar, é importante que sejam mais controláveis e de melhor gestão”, acrescentou Rui Ladeira.
O governante considera que Baião “está no caminho certo, sem esquecer a agricultura, o pastoreio e a pecuária, que são fundamentais. É importante estar próximo dos pastores, ouvi-los e ser proativo”.
O Governo encontra-se a trabalhar numa estratégia de requalificação das infraestruturas com os municípios mais atingidos pelos incêndios de 2024, onde Baião está inserido.
Rui Ladeira avançou que “está a ser ultimado o trabalho, no final do mês tem que estar concluído para que, conforme o senhor primeiro-ministro referiu, no âmbito do “RESTORE” da União Europeia, poder garantir recursos para que estas áreas que arderam no Centro e no Norte possam ficar mais resilientes”.
O concelho de Baião foi uma dos fustigados pelos incêndios de 2024, tendo ardido mais de seis hectares de área verde, quatro casas de primeira habitação, seis casas de primeira habitação ficaram parcialmente destruídas, uma casa de segunda habitação ficou totalmente destruída, uma casa de segunda habitação parcialmente destruída, arderam 46 casas devolutas e veículos, como camiões, tratores e veículos ligeiros.
O presidente da Câmara Municipal de Baião, Paulo Pereira, disse que o concelho “está a reerguer-se, nomeadamente através de exemplos como este na Serra da Aboboreira”.
“Tinha muito gosto, por esta altura, se não tivesse havido os incêndios, de apresentar este projeto, com orgulho para a região e para o país, mas infelizmente tivemos os incêndios e aqui é uma parte da grande dimensão que atingiu todo o concelho”, começou por referir o edil baionense.
Paulo Pereira lembrou que a autarquia já replantou terrenos destruídos pelos incêndios e adquirir mais “para que se possa ainda expandir esta área e servir de exemplo a outros que queiram fazer a mesma coisa”.
O município, avançou o autarca, “está envolvido na criação de uma Zona de Intervenção Florestal, incentivando as pessoas, que são proprietários na serra, a ver floresta como um recurso que pode ser aproveitado, em termos de receita e não apenas como um custo, porque se continuarem a fazer isto, acaba por acontecer o abandono”.
“Estamos muito empenhados, através de diversas iniciativas, a garantir a sustentabilidade dos territórios, a olhar para aquilo que é o futuro, não só em termos de regeneração do que se estragou, mas, por exemplo, no mercado voluntário de carbono, dado que Baião tem perto de 70% de áreas verdes”, frisou.
Sandra Sarmento, do ICNF, indicou que “o instituto tem colaborado desde o primeiro minuto com os municípios fustigados pelos incêndios”.
“Estivemos no apoio ao combate e toda a nossa intervenção com as equipas de gestão de fogo rural, mas estivemos logo a seguir com as questões da estabilização de emergência e agora estamos a acompanhar e a ajudar a concretizar a recuperação daquilo que foi afetado pelos incêndios”, salientou a diretora regional do ICNF.



