É à contagem de Diamantino Nogueira, professor de música, que os mais de 50 seniores dos Ateliers (Re)Viver, do concelho de Mesão Frio, começam a cantar as primeiras estrofes de uma música bem conhecida de Carlos Paião, devidamente adaptada ao grupo.
Prepara-se o Dia dos Namorados e datas festivas, que o grupo assinala com atividades únicas e diferenciadoras.
À Biblioteca Municipal de Mesão Frio, os seniores vão chegando logo pela manhã, bem-dispostos e prontos para mais umas horas de atividades diferentes, que os faz sair da caixa.
São recebidos pela equipa da autarquia, que tem como coordenadora do projeto Ana Queirós, gerontóloga e que acompanha o grupo desde a sua criação, em 2023.
“Temos 57 seniores inscritos e uma lista que tende a aumentar. É um projeto muito importante para manter os seniores ativos, retardar a institucionalização, promover o envelhecimento em casa com dignidade e bem-sucedido, é isso que queremos aqui”, indicou a coordenadora.
Têm entre os 55 e os 93 anos e frequentam os ateliers duas manhãs por semana e uma tarde de quinze em quinze dias, esta dedicada a atividades intergeracionais com as escolas.
“O feedback tem sido fantástico. Fazemos atividades diferentes, que vão de encontro aos gostos de cada um e tentamos adaptar esses gostos ao grupo, que conta com pessoas de todas as freguesias do concelho”, salientou Ana Queirós.
Música, teatro, passeios são algumas das atividades dos atelieres, que trabalham muito a pintura, a expressão plástica e a estimulação cognitiva.
Na segunda-feira, os seniores preparavam a atividade do Dia dos Namorados, onde falam do seu amor à aldeia, num vídeo que vai estrear dia 14 de fevereiro.
O nossoterritório.pt acompanhou o grupo, que não estranha a presença de uma jornalista na sala e, prontamente, se oferece para dar entrevista, elogiando o projeto que lhes proporciona momentos de entretenimento, mas também lhes “dá saúde”, dizem.
Goreti, Leonel, Francisco, Olívia, Agostinho e Donzília são alguns dos seniores que frequentam os atelieres. Desinibidos e cheios de histórias para contar, relataram à nossa reportagem as vantagens de estar no projeto, que os tirou de casa e lhes proporciona momentos de animação, diversão e os leva a visitar locais novos.
Presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio avança com novos projetos para o concelho na área social e apoio à população
Dar a conhecer a região que integra a Comunidade Intermunicipal do Douro, com os seus 19 municípios, é um dos objetivos do projeto. Paulo Silva, presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio, fala com orgulho dos atelieres, os quais visita regularmente, sempre com o objetivo de melhorar as experiências dos seniores.
“Este é um projeto fundamental para o concelho de Mesão Frio, porque, infelizmente, é um concelho de gente muito idosa, que precisa de cuidados. Cerca de 60% da população do concelho tem mais de 55 anos o que é preocupante”, disse o autarca.
Paulo Silva afirma que “num concelho pobre como Mesão Frio, tem de ser a câmara a descolar recursos para que as pessoas se sintam bem”.
“Não só os idosos, mas também as crianças, tentamos abarcar tudo. Temos boas equipas no terreno, os nossos profissionais são excelentes e o retorno, que é a grande satisfação das pessoas”, vincou.
A autarquia tem novos projetos na área social e de apoio à população, estando previsto, em março, o arranque do CLDS no concelho.
“Um acrescento ao social do concelho e que trará mais valias a estes projetos. É um projeto para quatro anos, cuja câmara já está apetrechada de técnicos para lhe dar continuidade. Vamos integrar mais dois técnicos superiores nos nossos quadros. O caminho é esse, temos de privilegiar as pessoas”, sublinhou o presidente de câmara.
Implementado está já o cartão farmácia e está prevista a expansão da rede de transportes, com a adquisição de uma carrinha que irá percorrer as freguesias e fazer rotas entre as localidades e o centro da vila.
