A Biblioteca Municipal António Mota, no concelho de Baião, inaugurou hoje a exposição “Metamorphosis” do artista plástico Jorge Cruz, que transporta os visitantes para um espaço de fantasia e metáfora.
O conjunto de obras descreve a visão romantizada do artista, refletindo a sua visão única sobre a realidade, numa compilação de trabalhos que apresenta diversas técnicas que o artista tem vindo a desenvolver.
O projeto de Jorge Cruz arrancou em 2021 e tem uma vertente surrealista, “que vai beber muito à questão da metáfora, que passa do elemento linguístico para o elemento cognitivo e depois para efeito visual, para se conseguir perceber como é que determinados elementos abstratos depois se vão metamorfoseando, daí também muito o que é o título desta exposição”, adiantou ao nossoterritório.pt o artista.
Jorge Cruz vive em Barcelos e já expôs em diversos locais do Norte e Centro do país, divulgando as suas técnicas de pintura e desenho. É a primeira vez que expõe em Baião, tendo sido desafiado a voltar.
Os trabalhos de Jorge Cruz são “altamente” detalhados e demoram algum tempo a serem executados, confessou, acrescentando que “existe uma questão não só de conseguir realizar pormenorizadamente cada elemento, cada textura, cada ponto de referência, mas também porque pensa muito enquanto desenvolve o trabalho”.
“Existe sempre uma simplificação de determinados elementos e uma anulação constante. Às vezes existe um retorno à fase anterior para perceber se alguma coisa não está a funcionar, se é realmente a imagem e toda a obra tem pernas para andar. Existe sempre essa questão e talvez aquilo que acaba por ser o mais moroso neste trabalho é perceber o nível de simplificação que eu devo dar a cada obra”, frisou.
Mestre em artes plásticas, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, Jorge Cruz tem a intenção de continuar a desenvolver todo este trabalho.
“É como eu digo: os símbolos são infinitos, as interpretações são múltiplas e este projeto não se prevê terminar tão cedo. Aliás, existe até uma certa brincadeira que eu costumo dizer a todos aqueles que costumam conversar comigo sobre o meu trabalho que é eu não tenho já tempo de vida suficiente para executar tudo aquilo que já tenho pensado e que já preenche vários cadernos que eu tenho lá em casa”, salientou.
A inauguração de hoje contou com a presença de Rui Paes Mendes, chefe de divisão da Cultura da Câmara Municipal de Baião, que elogiou o artista e acompanhou a visita à exposição.
A mostra vai estar patente na Biblioteca Municipal António Mota até ao dia 15 de março.



