REPORTAGEM: Ministra da Cultura esteve em Tormes em homenagem a Eça de Queiroz (C/FOTOS e VÍDEO)

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A Fundação Eça de Queiroz (FEQ) recebeu a ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, para presidir a um dos momentos de homenagem ao escritor antes da trasladação para o Panteão Nacional, prevista para dia 08 de janeiro.

A governante foi recebida em Tormes pelo presidente da FEQ, Afonso Reis Cabral, pela diretora executiva da FEQ, Anabela Cardoso, pelo presidente da Câmara Municipal de Baião, Paulo Pereira, pelo presidente da Assembleia Municipal de Baião, Armando Fonseca, pelo presidente da União de Freguesias de Santa Cruz do Douro e São Tomé de Covelas, e por outras entidades presentes nas cerimónias, nomeadamente José Luís Carneiro e Pedro Delgado Alves, deputados à Assembleia da República.

Percorrendo as divisões da Casa de Tormes, Dalila Rodrigues ficou a conhecer um pouco mais do espólio de Eça de Queiroz, numa visita conduzida por uma das técnicas da fundação.

Na famosa mesa do escritor, construída para escrever de pé, como ele gostava, Dalila Rodrigues deixou um registo no livro de honra da fundação. Escreveu também no livro Pedro Delgado Alves.

Aos presentes, Sandra Melo, da Fundação Eça de Queiroz, contou um pouco mais da história de Eça de Queiroz em Baião, apresentado algum espólio do escritor, como os óculos, as alianças e a gargantilha que a esposa usava.

No final, e passando pelos jardins da Casa de Tormes, a comitiva deslocou-se o salão, onde decorreram as intervenções, perante dezenas de pessoas, entre elas alguns descendentes do escritor.

Afonso Reis Cabral, trineto de Eça de Queiroz e presidente da Fundação Eça de Queiroz, exaltou o escritor e “o trabalho de 34 anos da fundação para se tornar uma referência na cultura do país”.

“A memória de Eça está viva e assim continuará. Somos nós que o tornamos vivo”, vincou, evocando Maria da Graça Salema de Castro pela instituição da fundação.

A finalizar, Afonso Reis Cabral salientou que “a FEQ está em festa e alegra-se com a homenagem, a homenagem mais demorada do Panteão”, remetendo para o processo que teve diversos atrasos devido a contendas em tribunal para impedir a trasladação.

O dirigente agradeceu, ainda, aos parceiros, elencando a União de Freguesias de Santa Cruz do Douro e São Tomé de Covelas, a Câmara Municipal de Baião e o deputado Pedro Delgado Alves, e à maioria dos descendentes de Eça, “que perceberam que mais do que pertencer a uma família, Eça pertence a Portugal”.

Lançado o prémio literário Fundação Eça de Queiroz/Fundação Millenium BCP para 2024/2025 e anunciados vencedores das bolsas de residência literária Eça de Queiroz

Afonso Reis Cabral anunciou a abertura das candidaturas ao prémio literário Fundação Eça de Queiroz/Fundação Millenium BCP, no valor de 10 mil euros, cuja divulgação da obra vencedora ocorrerá em setembro.

Coube, depois, a Duarte Azinheira, da Imprensa Nacional Casa da Moeda, anunciar os vencedores das bolsas de residência literária Eça de Queiroz.

Assim, o júri, composto por Filipa Melo, Jorge Reis-Sá e José Manuel Cortês, deliberou por unanimidade atribuir as bolas a Inês Bernardo, Nelson Nunes, Rita Taborda Duarte, Sofia Carvalho, Sónia Santos e Susana Moreira Marques. Ficaram como suplentes Isabel Ricardo, Rita Canas Mendes, Rodolfo Begonha e Rodrigo de Jesus.

Seguiu-se a intervenção de Pedro Delgado Alves, que realçou que “a obra literária de Eça vai continuar viva aqui, sobretudo pelo trabalho que a fundação realiza, pelo espólio aqui existente”.

O deputado considera que “Eça vai engrandecer ainda mais o Panteão e não o contrário”.

Por sua vez, Paulo Pereira, enalteceu a relevância intemporal da obra de Eça, sublinhando, em particular, “A Cidade e as Serras”, “que questiona os valores de uma modernidade que muitas vezes sacrifica o bem-estar humano”, estabelecendo “o paralelo com os desafios das relações humanas na era digital, marcados pela crescente alienação causada pelas tecnologias e pelos chamados “amigos virtuais””.

Paulo Pereira sublinhou “a universalidade e o legado multicultural de Eça de Queiroz, fruto das suas vivências e da sua carreira como diplomata, afirmando que o escritor “foi e é do mundo”” e elogiou o trabalho da Fundação Eça de Queiroz e de outras entidades que promovem e divulgam a sua obra.

A propósito da trasladação dos restos mortais de Eça de Queiroz para o Panteão Nacional, Paulo Pereira referiu que “independentemente de uma ou outra opinião divergente, que, quando leal, genuína, e honesta, se pode e deve compreender, cabe-lhe, enquanto presidente da Câmara – e com a responsabilidade inerente que tal cargo encerra -, respeitar a vontade manifestada e colaborar para que o simbolismo da cerimónia honre o escritor, honre a fundação, e honre Baião”.

A terminar, o autarca expressou a “eterna gratidão a Eça de Queiroz”, frisando que o povo de Baião, “guardião da sua memória, partilha com orgulho o momento de reconhecimento nacional”.

Finalizou as intervenções a ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, que falou da importância de Eça, do arroz de favas e do frango alourado.

“Hoje celebramos a atualidade, o presente e perpetuamos o legado e, por isso, estes prémios hoje anunciados”, salientou.

Para a governante, “Eça de Queiroz é do país inteiro e um dos maiores escritores de todos os tempos. É o maior romancista português e celebrá-lo aqui em Baião ou em Lisboa é absolutamente indiferente”, considerando que a não trasladação dos restos mortais do escritor “é uma discussão completamente ultrapassada, não valendo a pena reacendê-la”.

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