Bernardo Fonseca, que um dia pensou ser cineasta, entrou este ano no curso de medicina, da Universidade do Porto, focado em colocar os seus valores humanos em prática.
Aos 18 anos, o jovem natural de Campelo e Ovil, concretizou um sonho, não de criança, porque antes pensou enveredar pelo cinema, não fosse uma paixão desde os seus dois anos, e depois pensou seguir as pisadas do pai, Carlos Fonseca, e seguir educação física.
A medicina falou mais alto, mas já quando frequentava o secundário. “Foi um percurso que fui construindo ao longo da escola. Na primária tinha a ideia de ser professor de educação física, mas depois fui-me apercebendo que tinha notas para medicina e comecei a trabalhar para isso”, contou Bernardo ao nossoterritório.pt.
Bernardo realça com um brilho nos olhos que “a medicina corresponde aos seus valores e é isso que quer fazer”.
O jovem entrou na primeira opção com a média final de 19,42 e não esconde que “foi o concretizar de um sonho”, para o qual contribuiu o seu trabalho e o apoio da família.
“É muito importante ter o suporte familiar e tenho essa sorte, ter uma família que me ajuda muito”, disse Bernardo, admitindo que “a saída de casa dos pais vai requerer adaptação”.
“Contudo, acredito que vão ser bons tempos, que vão fazer parte da construção da minha pessoa, vou conhecer pessoas novas e novos ambientes”, salientou.
Para os alunos que começam agora o ensino secundário, Bernardo Fonseca deixa alguns conselhos, frisando que “um ótimo aluno não é aquele que está mais focado nos estudos, é o que faz a melhor gestão de tempo, entre o estudo e os tempos livres”.
Um conselho que Bernardo sempre colocou em prática, dado que pratica ténis, “um desporto muito psicológico e que obriga a estar muito focado”, e continua a ir frequentemente ao cinema.
Bernardo recebeu o nossoterritório.pt acompanhado pelos pais e pela irmã e, num ambiente descontraído e onde o orgulho da família esteve sempre presente, o jovem falou do passado e do futuro, sem ainda saber que especialidade médica vai seguir.
“Vou deixar que o curso me dê essa resposta”, sublinhou.
Alexandra Maia, a mãe de Bernardo, enfermeira de profissão, disse que “nunca o influenciou a seguir a área, pelo contrário”. “Adoro a minha profissão, mas não somos devidamente valorizados”, constatou.
Durante o percurso escolar do filho, Alexandra foi perguntando o que queria ele seguir e, no 10.º ano, Bernardo disse-lhe que “ia tentar ser o melhor e depois escolhia”.
“Foi o que aconteceu. Estudou, trabalhou e nós deixamos que a escolha fosse dele”, frisou Alexandra, lembrando os tempos em que Bernardo queria seguir a área do cinema.
“Desde muito pequenino que ele era fascinado pelo cinema. Uma vez levámo-lo a ver o filme Madagáscar e ele, na sua sinceridade, disse na bilheteira que tinha dois anos. Não o deixaram ver o filme, porque era a partir dos três anos. Com a tristeza dele eu não tive opção e então fui a outra bilheteira e menti sobre a idade dele”, contou Alexandra.
Ainda hoje, pais incentivam Bernardo a ir cinema, a ver antestreias e a continuar a fazer atividades nos tempos livres.
“Sempre foi importante e vai ser muito mais agora. Ele vai precisar disso para aliviar a cabeça, para descansar dos estudos”, acrescentou a mãe do Bernardo.
Também o pai, Carlos Fonseca, manifestou o seu orgulho pelo percurso do filho, dizendo que “fugiu da educação física em boa hora”.
“O Bernardo tem vocação e muito humanismo. Vai ser um ótimo profissional, porque o lado humano é muito bom”, vincou Carlos Fonseca, que poderá vir a ter dois filhos médicos, dado que Francisca, a irmã de Bernardo, que frequenta oitavo ano, gostava de ser pediatra.



