Joaquim Ferreira Loureiro recolheu lendas, tradições e talhas que contam a história popular de Baião

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email
Imprimir

Joaquim Ferreira Loureiro tinha apenas 17 anos quando começou a recolher lendas, tradições, benzeduras, rezas e talhas para tratar as maleitas das pessoas, compilando a história popular de Baião em sete capítulos e cerca de 204 páginas.

Foi professor de história durante 44 anos e foi um professor da universidade, com quem criou amizade, que desafiou Joaquim a fazer a recolha.

Joaquim percorria a pé os lugares de Pinheiro, Freixieiro, Almofrela, na então freguesia de Campelo e em São João de Ovil, indo ao encontro de quem sabia e podia contar para ser documentado.

As 204 páginas relatam, entre outras, as tradições da matança do porco em Baião, as festas anuais, o folclore infantil, os trajes populares e de trabalho e um capítulo dedicado à medicina popular.

Folheando o documento, Joaquim Loureiro vai falando ao nossoterritório.pt sobre algumas das talhas, que despertaram a curiosidade da nossa reportagem, sobretudo, a alforfa e a rana, que era para talhar a crosta branca da língua das crianças durante a aumentação, e a zeripela, para talhar a erisipela, uma inflação na pele.

Joaquim Ferreira Loureiro realizou uma recolha etnográfica e etnológica, com reflexão sobre a recolha, que gostaria de ver publicada.

A compilação integrou um dos momentos da curta-metragem “Cobras, Lobisomens e Dores de Costas”, um filme de Bruno Ferreira, feito para o JUVE: Encontros de Cinema e Literatura Infantojuvenis de Baião.

Joaquim contracenou com a atriz Anabela Moreira, que estava hospedada no seu alojamento turístico, o “Aconchego das Raízes”. Durante a cena, Anabela Moreira toma o pequeno almoço, “uma cena real, que se estava a passar mesmo” conta Joaquim Loureiro, recordando que também “Rui Tendinha e o realizador Bruno Ferreira fizeram questão que estivesse no filme”.

“O realizar viu a nossa sala e gostou muito e começou a idealizar o filme. Foi uma ideia brilhante, só não achei uma ideia brilhante eu ter de participar”, disse entre risos, confessando: “mas o Rui não me deixou sair”.

Também protagonista foi o pássaro de Joaquim e da esposa, com o qual Anabela Moreira tem diálogo muito interessante durante a trama.

Filho de mãe baionense, Joaquim Ferreira Loureiro diz-se quase natural do concelho. “Nasci no Porto, porque a minha mãe foi muito cedo para lá, casou lá, mas sempre mantivemos as ligações a Baião. Ainda conservo a casa do meu avô materno, que já era dos meus bisavós”, revelou, acrescentando: “Costumo dizer que não sendo baionense sou mais baionense que muitos baionenses”.

Joaquim Ferreira Loureiro reforçou ainda mais a sua ligação a Baião, tendo casado com uma baionense e é na casa dos pais da esposa que o casal tem o alojamento turístico “Aconchego das Raízes”.

Publicações Relacionadas:

PUB
PUB
PUB
PUB

Noticias Recentes

PUB
PUB

Sugestão de Leitura

PUB

Sugestão de Leitura – Biblioteca Municipal António Mota: “A Elegância do Ouriço” de Muriel Barbery

Neste romance delicado e envolvente, Muriel Barbery apresenta duas protagonistas improváveis: Renée, a porteira de um prédio parisiense que esconde uma inteligência brilhante, e Paloma, uma adolescente perspicaz que observa o mundo com ironia e sensibilidade. As suas vidas cruzam-se de forma inesperada, revelando a beleza escondida no quotidiano, a profundidade dos encontros e a elegância discreta que existe no interior de cada pessoa.

Disponível na Biblioteca Municipal António Mota, em Baião.

Pub

Feed Instagram

Edit Template