A Associação de Municípios do Douro e Tâmega vai realizar um relatório da visita técnica à Paisagem Protegida Regional da Serra da Aboboreira (PPRSA), que foi afetada pelos incêndios de setembro, o qual servirá de base para um Plano de Ação a implementar na PPRSA.
No dia 23 de outubro, um grupo de elementos das áreas do ambiente, floresta e proteção civil dos municípios que integram a PPRSA, Amarante, Baião e Marco de Canaveses, especialistas da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo e da Associação BIOPOLIS, técnicos da AMDT, proprietários locais e jornalistas visitaram a serra.
“O dia contemplou aulas de conhecimento que se entrecruzaram com a observação a nu de valores naturais que dão sinal claro de esperança e que demonstraram ao grupo que a matéria orgânica, apesar de ter sido fustigada pelo fogo não morreu e está a dar sinais disso mesmo. Emocionalmente gratificante, a passagem pelos diversos locais, onde brotam o açafrão selvagem, a urze em pequenas manchas e a graminha, soprou para a primeira página de um livro que vai reiniciar a sua escrita de forma mais madura, com conhecimento mais aprofundado da PPRSA, perspetivando o futuro de uma forma mais assertiva”, relata a associação.
A deslocação aos locais de Travanca do Monte, Carvalhal de Reixela, Turfeira, Aldeia de Almofrela e Aldeia da Aboboreira permitiu observar as análises realizadas por satélite e confirmar que, de facto foi afetada de forma substancial, a parte mais importante de maior concentração de valores naturais, que foi aquela área que foi designada por área nuclear de concentração, que atinge cerca de 10 mil hectares.
Nesta avaliação in loco do padrão de severidade dos incêndios observaram-se valores mais elevados de danos/impacto nas áreas de matos e de povoamentos de pinheiro ou eucalipto.
As áreas de carvalhal arderam com menor severidade e contribuíram para baixar localmente a intensidade do fogo, facilitando assim a sua extinção.
Arderam na cerca 10 mil hectares, metade da área total da PPRSA, sendo que oito mil hectares são da zona nuclear e os restantes dois mil hectares da zona envolvente.



