Ao longo dos últimos dias, já muito se escreveu e teorizou sobre os inúmeros incêndios que assolaram a Região Norte de Portugal. Uma calamidade que deixou “pintado” a preto, em particular, o Concelho de Baião. Uma triste “tela”, sem precedentes, e que escapa à memória até daqueles que já viram tudo.
Importa desde já deixar bem vincado que não me assumo de todo como especialista em proteção civil, nem em gestão florestal, ou tão pouco em criminalista/jurista. Deixo obviamente esses papéis para quem realmente o é, e quem tem responsabilidades nessas diferentes áreas.
Quero sim com este artigo de opinião, como cidadão e membro da sociedade, prestar um sentido voto de gratidão aos protagonistas positivos, que com as suas ações, repuseram em mim (e em muitas outras pessoas) um pouco mais de esperança no futuro da humanidade.
Sem qualquer tipo de ordem de importância, começo pela população, que de uma forma generalizada demonstrou a sua grandeza humana e sentido de proteção, e que mesmo perante a pressão e agonia de proteger o que era seu, nunca se esqueceram de apoiar os agentes no terreno, que nas suas longas horas de luta, confirmam que nada lhes faltou em termos de água e mantimentos.
Uma generosidade que tão bem caracteriza os povos do interior, e em especial as gentes de Baião. Pessoas que quando sentem que é merecido, mesmo tendo pouco, não se proíbem de partilhar.
Representados na voz de comando dos Srs. Comandantes Alexandre Pinto e Márcio Vil, destacar todos os Homens e Mulheres, que de forma voluntária continuam a honrar o nome das corporações de Bombeiros do nosso Concelho. Aos que naquelas 80 longas horas de inferno, estavam em serviço, aos que colocaram em “stand-by” a sua profissão habitual para vestir a farda, e até aos que mesmo estando distantes, não sentiram hesitação em voltar a casa para ajudar os nossos.
Os Bombeiros existem ao longo de todo o ano, 24 horas por dia. E este ato de heroísmo, tem forçosamente de viver na nossa memória para que quando for necessário, todos aqueles que tenham responsabilidades sociais, não falhem com eles, como eles (uma vez mais) não falharam connosco.
Por fim, uma palavra de agradecimento às forças de autoridade, aos funcionários públicos, aos dirigentes autárquicos e a todos aqueles que cumpriram com brio e empenho o seu papel.
Aprendi que na vida, como no trabalho, o segredo do sucesso está em sermos ativos, invés de sermos reativos.
Agora, é hora de reflexão, de perceber o que correu mal, o que pode ser melhorado e acima de tudo… Agir!