O padre Celestino, natural de Mueria, em Moçambique, está desde o dia 31 de agosto em Baião e, em declarações ao nossoterritório.pt, elogiou a missão, conduzida pelo padre Mário João, que foi acompanhado por seis baionenses, à terra que o viu nascer.
“Olho esse gesto como uma ação do Espírito Santo. Organizarem-se os irmãos, sem fins lucrativos, para irem a uma terra difícil, em termos de vias, alimentação e clima e ir ao encontro das famílias que estão nas zonas rurais é ação do Espírito Santo. O meu povo precisa disso”, disse o padre Celestino.
Para o povo das zonas mais rurais de Moçambique, a chegada de uma mucunha, uma pessoa branca, “é uma alegria”, contou o pároco.
“Pode passar um ano sem ver ninguém branco, em estradas que nem sempre é possível chegar de carro e onde há caminhos que fazem sofrer o carro e os ocupantes para chegar, por isso estou muito contente com a presença deste grupo na minha paróquia em Mueria”, observou.
O padre Celestino foi recebido em Baião pelo padre Mário João, pároco de Campelo, Ovil, Loivos do Monte e Grilo, e pelo grupo da Missão Por Ti Baião, que o tem acompanhado em diversas visitas efetuadas a instituições do concelho de Baião.
“Agradeço ao padre Mário, ao grupo que me conheceu em Mueria e que, quando viu que eu estava caminho de Portugal se preocupou em saber que dias ia estar em Baião e organizaram uma visita maravilhosa. Têm sido dias muito felizes”, confessou o pároco.
A passagem pelo concelho de Baião contemplou uma visita a um jardim de infância, à Estrutura Residencial da Santa Casa da Misericórdia de Baião, onde os utentes foram ouvidos em confissão, e à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Baião, local que “surpreendeu” o padre Celestino devido “à sinergia que há entre diferentes setores para a mesma coisa, algo que falta no seu contexto”.
Acompanhado pelo grupo da Missão Por Ti Baião, o padre Celestino visitou pessoas que recebem apoio daquele grupo e celebrou uma missa macua, na Igreja de Campelo, com dança e o padre a cantar na sua língua materna.
“Foi uma surpresa para mim o modo como estavam organizados para me receber, contava chegar e ficar na casa do padre Mário a assistir televisão, mas a forma calorosa com que me receberam é impressionante, só falta pegar-me ao colo”, contou o padre Celestino, visivelmente agradecido e encantado com as vivências em Baião.
Questionado sobre o que vai levar de Baião, o pároco moçambicano lembrou o que lhe disse uma pessoa no Santuário de Fátima, onde passou um mês.
“Aquela senhora disse-me que um vim estagiar e é isso mesmo, vim aprender e é isso que estou a fazer aqui em Baião”, vincou.
Para o padre Mário João, a vinda do padre Celestino a Baião vai “permitir-lhe levar alguns ensinamentos, mas também deixar alguns”.
“O grupo de leigos que tem acompanhado o padre Celestino vai, com certeza, ficar com boas recordações desta visita”, realçou.
O padre Celestino vai estar em Portugal até ao dia 05 de setembro e hoje parte para o Porto, não sem antes realizar uma missa macua, na Igreja do Grilo.
A terminar a conversa com o nossoterritório.pt, o pároco indicou que “fica no seu coração o carinho por Baião e por Portugal. Portugal é amigo de Moçambique, ver um moçambicano é ver um filho”.



